A NAIFA: 
Este é, provavelmente, um dos maiores projectos de musica portuguesa, este quarteto foi através do fado buscar uma sonoridade única e ao mesmo tempo muito poderosa, capaz de "agarrar" qualquer pessoa que goste de um som completamente diferente daquilo que já ouviu até hoje, de tal forma que já tem uma legião de fãs sempre atentos aos seus espectáculos, que esgotam sempre e que além da musica contém uma certa mistura teatral que os torna ainda mais soberbos.
Eu sou verdadeiramente fã deste projecto, e se após a morte do não menos famoso João Aguardela, penssei que eles terminariam, ainda bem que me enganei.
A Naifa é um projecto musical português nascido em 2004, que conjuga as  linguagens clássicas do fado com aquilo que podemos chamar de  pop (num sentido não depreciativo).
Com o fado como ponto de partida ultrapassam-se todos os canônes da  arte da saudade (não fossem alguns dos membros formados na escola do  punk) e criar uma nova linguagem com a inclusão da percursão, do baixo  eléctrico e dos sintetizadores.
As canções são criadas a partir de poemas de autores portugueses como  Adília Lopes, José Mário Silva e José Luís Peixoto, interpretados na voz  poderosa de Maria Mendes, que sem nunca nos esquecermos de nomes como  Amália Rodrigues e Dulce Pontes nos enlevam no sentimento de um fado  moderno.
O baixo e a bateria dão-nos uma secção rítmica que acompanha na  perfeição o dedilhar da guitarra portuguesa, que se por vezes nos faz  lembrar Carlos Paredes, também vai beber muito aos blues e ao rock, com  "riffs" e "grooves" orelhudos.
Após a morte de João  Aguardela, o futuro d'A Naifa esteve em risco. "Achava que não devia  continuar. Não tinha vontade", recorda a vocalista Mitó. Pior ainda  ficou Luís Varatojo, que pensou "em abandonar a música". As aulas de  guitarra portuguesa entretiveram-no e quando se deu o concerto de  tributo ao músico falecido em Janeiro do ano passado tudo voltou a fazer  sentido.
Ultrapassado o luto e independentemente da  amizade que une o quarteto, agora reforçado com a presença do baterista  Samuel Palitos (Censurados, Rádio Macau)e de Sandra Baptista no baixo em substituição do seu companheiro de sempre, "há sempre coisas para  acertar. O "período de estágio" a que se entregam é simultaneamente uma  forma "saudável de lidarmos com isto". 
A  transição para "um novo capítulo" é assegurada com um livro  recapitulativo de "trinta e tal canções, três discos e mais de cem  concertos", justifica o músico que começou nas guitarras punk dos Peste  & Sida e que aprimorou a técnica com o ska e a new wave nos Despe  & Siga. Tal como Aguardela se deixou apaixonar pela "tradição  contemporânea" dos Pogues e, mais tarde, se dedicou a musicar as  recolhas de Giacometti, no Megafone, também Luís Varatojo percorreu um  caminho que terminou na experimentação. "Esse sempre foi o ADN d' A  Naifa. No álbum de estreia, só tivemos a certeza de que tínhamos disco  depois das misturas", lembra sem deixar de referir cinco anos "a  esculpir uma identidade". 
ELEMENTOS DA BANDA:
Luís Varatojo (guitarra portuguesa)
Sandra Baptista (baixo)
Maria Antónia Mendes (vocalista)
Samuel Palitos (bateria)
EX-ELEMENTOS:
João Aguardela (baixo) (Faleceu em 2009)
Vasco Vaz (bateria)
SITES OFICIAIS DA BANDA:
DISCOGRAFIA DA BANDA:
Canções Subterrâneas (2004)
3 Minutos Antes Da Maré Encher (2006)
Uma Inocente Inclinação Para O Mal (2008)
 
 
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